quarta-feira, 2 de novembro de 2011

FALANDO DE MEDIUNIDADE

A mediunidade é uma forma de comunicação por meios não convencionais. Toda relação dos seres vivos com o ambiente externo é comunicação. Tudo o que nos afeta  faz uma certa transformação, tem um conteúdo, por isso é comunicação. Por exemplo: o sol na pele, o ar que respiramos, a grama sob nossos pés descalços, etc
O ser humano é o que mais se comunica com o mundo, os cinco sentidos são os meios utilizados para esta  comunicação. Intuição, memoria, imaginação, são formas de processar as informações dos sentidos, são sentidos do espirito ( propriedades do espirito). Toda lembrança é uma reconstrução do momento vivido pelo homem.
A função principal da mediunidade é produzir harmonia, equilíbrio e trazer conhecimento. O produto mediúnico tem sempre uma função social, não existe processo mediúnico, sério, sem razão de ser. O produto mediúnico tem a finalidade de disparar a reflexão interior, sempre que acontece deve-se fazer reflexão sobre seu produto. Neste processo o agente mediúnico tem propriedades diferenciadas podendo ser classificados como:
O precipitador - Aquele que traz nova forma de ver o mundo, novas mensagens para possibilitar a visão de forma diferenciada de coisas que já foram vistas, precipita o novo para produzir mudanças. Novas sentenças que levam o homem a se expressar de modo mais completo. Kardec precipitou uma nova forma de enchergar a humanidade. Jesus traz uma nova visão das leis seguidas pelos homens, não mais olho por olho, mas "Ama o próximo como a ti mesmo";
O multiplicador - aquele que traz a novidade que alguém precipitou e começa a divulgar, multiplicando esta novidade;
O deidentificador - Aquele que consegue fazer uma leitura da outra pessoa e consegue perceber alguma coisa que ninguém mais viu, faz leitura diferente das potencialidades e qualidades das pessoas;
O capacitor - resgata o animo do grupo quando os ânimos começam a arrefecer, é quem dá nova vida ao novo. É quem faz acontecer;
O coadaptador - Adapta dissensões para manter a harmonia do grupo, concilia os opostos, adapta opiniões contrárias em torno de um objetivo comum.
Quando analisamos por este angulo podemos perceber que a mediunidade trabalhada numa casa espirita tem uma razão muito maior que a de satisfazer o ego de alguns, de prever o futuro, ou resolver problemas de saúde, financeiros e frivolidades, a distorção do que seja a mediunidade leva os médiuns e as casas espiritas a profundos processos obsessivos destruindo o verdadeiro sentido deste trabalho que deveria ter um cunho social maior que aquele que vem sendo feito nas casas espiritas. Se a função da mediunidade é trazer harmonia e fazer conhecimento devemos repensar o uso que estamos dando a esta habilidade do homem.
Esta faculdade tão natural do homem ainda é vista como um dom, uma capacidade de alguns poucos, algo sobrenatural, paranormal, etc. Na realidade, ela é tão natural quanto comer, andar, dormir,etc. Deus deu ao homem as mesmas potencialidades, uns fazem uso delas em sua totalidade outros as subestimam e outros ainda a superestimam achando que elas são só para os super especiais. Todos temos o potencial mediúnico, mas precisamos exercitá-lo.
Mediunidade é uma capacidade instalada em cada um, todos poderemos num determinado tempo, dependendo do interesse e do exercício, fazer uso dela. Cabe a nós também definir o tipo de uso que vamos dar a esta forma de comunicação. Muitas vezes descobrimos em nós potenciais que nunca antes percebemos e esta descoberta nos leva a pensar que somos os tais, os senhores da verdade absoluta, que somos especiais e melhores do que os outros. O médium em exercício, tem uma responsabilidade muito maior que os demais, pois deve aprender a fazer a leitura do mundo pelo olhar da razão calcada no amor ao próximo, deve pesar com honestidade as consequências de suas atitudes vinculadas a mediunidade, deve ter como principio básico o evangelho de Jesus para pautar suas ações e decisões decorrentes do processo mediúnico na máxima do amor ao próximo. Médiuns serios não se utilizam da mediunidade para frivolidades ou em proveito próprio ou de alguns poucos de suas relações, o produto mediúnico deve ter  sempre, um cunho social e visar o bem comum. Se levarmos em conta que os espíritos tambem são classificados conforme sua elevação moral podemos dizer que, de um processo mediúnico frivolo obtém-se um produto mediúnico da mesma categoria, com sintonia de espiritos afins a frivolidade, ai então a responsabilidade do médium em exercício mediunico, onde impera a vaidade, a cupidez, a sede de poder, o processo se dará em meio a espíritos inferiores, é onde o médium acaba sendo enganado e levado ao engodo, criando para si e para seus afins, dividas que serão medidas pelos desdobramentos produzidos por sua insensatez.
Analisando por este angulo podemos perceber que a mediunidade responsável deve sempre trazer um conteúdo logico e axiológico, deve fazer interação entre os dois polissistemas para juntos produzirem o  conhecimento que transforma, por isso médium que não estuda não se modifica, não evolui, não consegue perceber as nuances da comunicação que está intermediando. Para que o processo mediúnico tenha valor real, ambos, os participes deste processo, devem estar em constante evolução de conhecimento promovendo assim a evolução do meio social em que atuam. Eis a razão da mediunidade responsável e consciente. Falaremos mais sobre este assunto posteriormente.
Abraços
Dor@

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